Noite fria e um menino Robo...

ele se sente ameaçado, parece que sua vida inteira ele foi um robo, e fez exatamente o que queriam que ele fizesse, e parece que será assim para sempre, ele senta ao lado da janela, é uma noite fria, ele respira, e sente que nada nunca mais será do mesmo jeito, que a vida mudou, tanto pra ele quanto para todos a seu redor, ele não é uma criança, embora tentem fazer com que seja, e ele mesmo tenta ser as vezes, mas isso já não adianta mais, ele a ve em seus pensamentos, como num clarão de luz , que começa em vermelho e termina em azul, mas ele não sabe o que fazer, ele está feliz mas também está triste, ele tem tudo o que quer na sua mão, mas queria ter a mão dela agora, pois a mão que ele segura já não é mais a mesma coisa, o desencanto de toda uma vida o cerca, as lembranças de anos atrás, quando ele fez aquilo que lhe arruínaria, volta e o corrompe por dentro, em borrões de uma luz ofuscante ele sente as presenças de todos, eles estão bem ali ao lado dele, o tempo todo, e ela segura a mão dele, mas não é assim que devia ter sido, ou é? ele não chora desde que seu mundo acabou, e isso já faz algum tempo, mas ele nunca se deu por vencido, sempre pensou que o coração pode ser reconstruído, e quem sabe um dia, a luz que agora brilha pairando vermelha, volte a ser azul, e ofuscante, como ele amava, pois no fim, só restaram cinzas daquela luz, uma centelha quase inalcançavel aos olhos humanos do que seria uma vista maravilhosa, que ele deixou para trás, mas ele não fez isso sozinho, e por bem ou mal, não de arepende, ele quer que algo novo aconteça, e já está aocntecendo, e isso o deixa feliz, o problema é que a todo momento essa centelha brilha mantendo-o avisado sobre o que ele fez, mantendo seus pensamentos num ritmo imparável, e que ele não consegue suportar, e, ele consegue, hoje ele está feliz, mas também está triste, ele pensa nela, e no tempo que gastaram juntos, ele se pergunta se ele pensa nele, e em tudo que passaram juntos, ele acha que não, mas isso não importa, seus olhos enegrecem, mas ele se ergue, ele ve os mortos, eles pairam sobre nós, todos os bons com a centelha de luz azul, mas não só eles nos visitam, e ele sente pena, então ele lembra dela, e isso aquece seu coração, e a complexidade que só a auto-piedade pode causar se epalha por sua mente, e ele nota que a lua chegou, lembra de quando a viu na praia, e pensa em outros, pensa em amor, e lembra do ''eu te amo'' que nunca deu, e lembra de tudo que prometeu, de tudo que perdeu, e lembra que mesmo tenso acabado, ele aproveitou cada segundo, ele só queria provar pra si mesmo que é melhor do que foi naqueles dias claros e sorridentes, que sofreu, amou, sorriu, brincou, como uma criança, ele ri para a lua, e nota que é feliz, e isso é maravilhoso, algo bom está com ele, só o fogo do maior raio de sol lhe contará, mas ele está melhor agora, ele se sente bem agora, ele nunca acreditou que se sentiria, mesmo ela tendo feito ele acreditar em coisas das quais duvidava, mas ele aproveitou, e agora aproveita mais ainda, é grato por ter aprendido algo diferente com cada um, e sim, ele acha tudo na vida maravilhoso, afinal, de um jeito ou de outro, o mundoe a vida são maravilhosos, ou todos se matariam...